Eu vou confessar: já me imaginei viajando no tempo e olhando o resultado da Mega-Sena acumulada pra voltar, jogar e, quem sabe assim, resolver todos os meus problemas.
Acredito que, lá no fundo, todos nós buscamos de alguma forma por essa estabilidade ou por esse milagre que tornaria a existência por aqui perfeita.
Fugindo um pouco das utopias, a área da nossa vida que mais exige essa estabilidade é a profissional. Afinal, passaremos a maior parte da nossa vida trabalhando.
Há algumas gerações, isso até que era mais fácil: Escola, faculdade, um bom emprego, casamento…
Mas hoje, tudo mudou.
As regras não se aplicam mais.
O mundo BANI (frágil, ansioso, não linear, incompreensível) é, cada vez mais, a representação dos nossos dias.
E se o mundo está cada vez mais incompreensível, e as mudanças estão acontecendo cada vez mais rápido, o jeito mais certo de dar errado é sendo inflexível. Se atendo a verdades antigas e se recusando a reinventar-se.
“O grande risco é não assumir nenhum risco. Em um mundo que muda, de verdade, rapidamente, a única estratégia com garantia de fracasso é não assumir riscos.”
– Mark Zuckerberg
E para se adaptar, são necessárias duas habilidades:
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- Capacidade de aprendizado.
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- Capacidade de executar aquilo que foi aprendido.
Hoje, falaremos apenas da primeira habilidade: Capacidade de aprendizado.
Já parou pra pensar que se você, assim como eu, já terminou o ensino médio, passou pelo menos 12 anos estudando e, grandes são as chances, de que nunca ninguém tenha te ensinado a estudar?
Foi essa pergunta que eu passei os últimos anos da minha vida tentando responder: se o mundo está cada vez mais complexo, e eu precisarei me reinventar cada vez mais rápido, aprender a aprender é a habilidade mais importante que eu posso desenvolver. Então, como posso desenvolvê-la?
É isso que eu vou te ensinar nesse texto: o segredo que eu utilizo pra aprender qualquer coisa e não esquecer nunca mais.
A primeira coisa é entendermos como o processo de aprendizado se dá.
A. -D Sertillanges vai dizer que nossa mente é como uma árvore:
“Uma mente bem constituída é como uma árvore […] em que todas as ramificações estão presas ao tronco e desse modo comunicam-se entre si.”
– A vida intelectual, A.-D. Sertillanges.
Por isso, o primeiro passo é construir raizes sólidas, porque essa é a única maneira de termos galhos altos.
Essas raizes são a sua área de especialidade. Cada pessoa tem uma inclinação natural para alguma área de conhecimento. Alguns gostam mais de matemática, outros preferem história, artes ou filosofia. O campo não importa, o que importa é que você se dedique a ele para construir a sua base.
Uma ótima maneira de encontrar esses campos de inclinação natural é olhando para trás: O que você gostava de estudar quando era mais jovem? O que te interessava mesmo sem nenhuma obrigação de fazê-lo?
Depois, precisamos expandir os galhos.
Se desenvolvermos isso, conseguiremos aprender com mais facilidade porque conseguiremos criar referenciar para não esquecer. Alguns estudiosos do assunto dizem que aprender é construir conexões neurais. E que quanto mais conexões você consegue criar, mais fácil fica adquirir novos conhecimentos.
Por isso a base é importante, é ela que nos trará a primeira camada de conhecimento que será utilizada para criar novas referências depois.
Já ouviu dizer que é mais fácil aprender o quarto, quinto idioma do que o segundo? Essa é a razão. A base foi construída.
Com a base construída, podemos nos dedicar a aprender assuntos pontuais.
Quando formos fazer isso, precisamos fazer com velocidade. Afinal, se o mundo está em constante transformação, a sua velocidade de aprendizado ditará o quanto você consegue se adaptar as mudanças que estão acontecendo.
O foco é velocidade.
Por isso eu sempre gosto de olhar diversas referências sobre um assunto antes de me aprofundar.
A razão é simples: Em vez de gastar 1 mês lendo um livro pra descobrir que não gostei dele no final, é muito mais rápido buscar diversas referências sobre um assunto, entender aquelas que eu me identifico mais e acho que fazem mais sentido e depois começar um estudo em funil, partindo dos formatos mais rápidos aos mais lentos:
Esse tipo de estudo em funil também te permitirá construir mais raizes, agora, sobre esse tema em específico. Assim, quando você chegar em formatos mais profundos, como os livros, já terá mais familiaridade com o assunto e será muito mais fácil absorvê-lo.
Com esses conceitos em mente, vamos para 4 dicas práticas sobre estudo.
1. Intencionalidade:
A maioria das pessoas busca absorver 100% do conhecimento disponível durante uma sessão de estudo. Isso é impossível. Estude com intencionalidade.
O que é que você deseja aprender?
Mantenha sempre essa pergunta em mente quando estiver consumindo algum material.
Se você quer melhorar sua capacidade de negociar em fechamentos, ao ler um livro sobre vendas, deverá prestar mais atenção nisso do que na parte onde ele ensina como treinar o time de vendas.
Lembre-se: você não quer aprender simplesmente por aprender. Capacidade de absorver conhecimento é uma ferramenta que deve ser utilizada para te levar até o seu objetivo de maneira mais rápida. Foque no que é importante.
2. Blocos.
Aprendemos na escola que “matemática” e “história” são coisas diferentes, mas não são. Tudo é um estudo da realidade. Damos nomes diferentes apenas pra facilitar o agrupamento e organização do conhecimento humano, mas cada um desses blocos pode ser aproximado ou afastado.
Você poderia dividir Matemática em Álgebra, Aritmética e Geometria. E também poderia percorrer o caminho oposto, onde Matemática e Português, estariam dentro dentro do estudo de Linguagens.
No limite superior dessa divisão você encontrará “O estudo do tudo aquilo que é”. Ou, o “estudo da verdade”.
Entender isso é importante para que você não coloque em caixinhas separadas os conteúdos que consumir. Isso dificultará a conexão desses conteúdos e, como já falamos anteriormente, sem conexões, não há insights e nem armazenamento.
Uma ótima forma de aplicar isso na prática é sempre abrir um bloco de notas com o nome de um tema que você gostaria de aprender e depositar todas as informações que você tiver a respeito ali.
Mortimer Adler, um dos maiores eruditos do século passado, chamado esse tipo de estudo de “Estudo sintópico”.
3. Aplicação.
Por mais que existam alguns questionamentos válidos a respeito da pirâmide do aprendizado de Willian Glasser, um conceito pode ser absorvido sem medo: Existem formas mais e menos eficientes de aprendizado. E, quanto mais você se envolve com o conteúdo, mais o retém.
Por isso, não seja perfeccionista: Leia, aplique, recolha insights, ajuste e aplique novamente.
Se você quer aprender sobre marketing, ler um livro e aplicá-lo te trará muito mais resultado do que se enfiar dentro de uma graduação de marketing se você só deixar pará aplicar o conhecimento adquirido depois de formado.
Isso foi comprovado, por exemplo, com alunos que estavam tentando aprender outro idioma.
Aqueles alunos que praticavam o idioma, mesmo falando errado, ao final do curso, tiraram uma nota melhor em gramática do que aqueles alunos que estavam focado em aprender gramática na teoria mas não praticavam conversação.
4. Revisão
Nosso cérebro é preguiçoso. O objetivo dele é poupar o máximo de energia possível e nos manter vivos ao final do dia.
Por isso, ele irá descartar todo o material que julgar desnecessário.
Uma forma de mostrar ao nosso cérebro que ele precisa daquele conteúdo é estar constantemente revisando aquele conhecimento. Seja através de releituras, aprofundamento ou simplesmente aplicação intencional.
Se você fizer tudo o que eu mostrei aqui, perceberá que o mundo real é bem mais complexo do que é possível condensar dentro de um pequeno texto como esse e que, mesmo com todo o estudo, nunca terá todas as respostas.
Não seja perfeccionista. Construir uma vida digna é um processo de humildade.
Por outro lado, não se acomode. Mesmo sem ter todas as respostas, existe mais conhecimento disponível do que é possível consumir em vida. Ao encontrar um desafio, ou uma nova pergunta, reinicie o processo e busque ativamente novas formas de responder aos questionamentos do momento.
“O verdadeiro problema com nosso mundo não é ser um mundo irracional ou, até mesmo, ser um Mundo racional. O tipo de problema mais comum é ele ser quase racional, mas não completamente. A vida não é ilógica; ainda assim, é uma armadilha para os lógicos. Parece um pouco mais matemática e regular do que é; sua exatidão é óbvia, mas sua inexatidão está oculta; sua selvageria está na espera.”
– G. K. Chesterton.
Você não pode evitar todos os problemas que aparecerão na sua jornada, mas pode estar preparado para resolvê-lo com eficiência se aprender a aprender com velocidade.
Agora, uma das maiores dificuldades que eu vejo as pessoas tendo é que, depois de ouvir tudo isso, elas se perguntam como é que elas fazem para conciliarem a própria vida com uma vida de estudos.
Se você trabalha e precisa estudar nas horas vagas, ou se você só estuda, mas não sabe como organizar todas as matérias, por onde começar?
Ou, até mesmo, quantas horas eu preciso estudar por dia?
Se você tem essas dificuldades, você já deve ter percebido que não tem como ter uma vida de estudos de qualidade consistentemente se o restante da sua vida está desorganizada.
Por isso, eu quero te convidar para assistir uma aula sobre o Método Organização Direcionada, onde eu te mostro o meu método para ser uma pessoa mais consistente, focada e render mais nos estudos.
É só clicar no botão abaixo para ser direcionado para a página da aula.